O que esperar do mercado de cosméticos em 2021?
Enquanto a crise atinge muitos segmentos, o mercado de cosméticos consegue se destacar. Foi assim em 2020, quando no meio da pandemia, as vendas de produtos continuavam em alta.
Tudo isso tem um significado. O isolamento social reforçou a importância de cuidar de si. Isso impactou diretamente na alta dos produtos cosméticos. Nunca se ouviu falar tanto de Skin Care e a palavra da vez se tornou “autocuidado”.
Segundo dados da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), houve um aumento de 92,8% em volume de vendas das máscaras faciais, 14,7% nos cosméticos antirrugas/sinais/idade e 8,3% dos hidratantes faciais, comparando os meses de janeiro a maio de 2020 com o mesmo período em 2019.
O setor de HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), inclui desde produtos de necessidade básica, como desodorantes, absorventes, sabonetes e shampoos, até cosméticos de tratamento, produtos para cabelo, perfumaria, entre outros. Mas o que se destacou mesmo em 2020 foram os kits de cuidado e prevenção à Covid-19.
O álcool em gel foi destaque e apresentou uma alta de 808%, seguido pelos lenços de papel (77%), toalha de papel multiuso (33,2%); sabonete líquido (22,3%); sabonete em barra (9,5%); e papel higiênico (12,7%).
A crise econômica pode afetar o mercado cosmético?
Desde 2014, o país passa por uma crise econômica em diversos mercados. Nesse primeiro ano até 2015, o setor de HPPC teve uma estagnação no número de vendas. Isso fez com que o Brasil perdesse a terceira posição entre os maiores consumidores de cosméticos do mundo. Hoje, ocupa a 4ª posição, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão. Apesar disso, nos últimos três anos um crescimento considerável foi observado.
Em entrevista ao portal Valor Econômico, o presidente da Abihpec disse que prefere não projetar possíveis números de crescimento para 2021. Mês passado, ele calculava um crescimento de 3,5% para este ano.
A instabilidade do mercado econômico acontece junto com a maior onda de Covid-19 do Brasil, superando a primeira onda em 2020. É provável que, com os constantes cuidados pela saúde, os produtos de prevenção continuem em alta, assim como foi no ano passado.
Produtos com tendências de crescimento
Apostar nas tendências do mercado é um dos primeiros passos para enfrentar qualquer obstáculo que um ano com economia frágil pode ocasionar. Os consumidores estão muito atentos com formulações para beleza.
Os produtos para cabelos estão ganhando ainda mais força, principalmente os hairceuticals, que cuidam da beleza e saúde dos fios, desde o couro cabeludo até as pontas. É por isso que muitas indústrias cosméticas têm lançado produtos hair care com base em ingredientes naturais e medicinais. Muitos clientes procuram produtos que reduzam queda, fortaleçam os fios e ajudam no crescimento.
Para complementar o Skin Care que entrou na rotina de muita gente, os produtos Beauty Clean – naturais com formulações limpas de toxinas e desenvolvidos a partir de certos padrões que visam à preservação do meio ambiente – também são uma forte tendência.
Além disso, a beleza masculina vem ganhando mais espaço. Uma pesquisa realizada pelo grupo Croma revelou que os principais produtos em consumo e intenção de consumo entre os homens são: perfumes (65%); shampoos e condicionadores (63%); cuidados com a barba (40%) e cremes e loções para o corpo (30%).
Para acompanhar o crescimento do setor, as indústrias cosméticas e o mercado magistral apostam em linhas de produtos de beleza seguindo as novidades e necessidades do seu público-alvo.